10 de novembro de 2010

Pessoa

Sinto tudo se fechar ao meu redor.

Não concluo nada.

Não vejo caminho que me leve adiante.

Não consigo mais viver.

Viver.



Lágrimas no rosto.

Destino imbecil.

Que destrói todas as minhas paixões.

Por quê?

Por quê?



Como me sinto Fernando Pessoa!

Como me sinto Fernando!

Transbordado em tristeza.

Raivoso com o meio.

Incrédulo com a humanidade.

Imbecil humanidade.

Ignorante humanidade.

Humano.



A minha vida incrédula.

O Poema em Linha Reta.

Da minha existência torta.

Dentro da rotina reta.

Da função pública.

Como Fernando.



É terrível ser poeta.

É destrutível ser poeta.

É agonizante a poesia.

É morte em vida.

“Já sinto que não faço parte

Disso tudo nesse mundo”.



Vazio retrógrado.

Estilhaços de uma vida fútil.

Futilidade.

Frívolo.

Frívolo.

Frívolo.





“Estou farto de semi-deuses”

Estou farto daquilo que me alimenta.

Daquilo que me incha.

Da serventia mecânica.

Do ser lacrimoso.

Da lágrima.



Sou sentido receptivo.

Sou dor do inverno.

Choro púrpuro.

Poeta.

Pessoa.





Flávio Cuervo

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