24 de janeiro de 2011

Nada Mais

Gostaria de não ter nascido.
Nascer pra quê?
Pra fingir que gosto disso ou daquilo?
Ou de alguém?

Não! Não consigo dissimular.
Meu estômago é sensível.
E minha boca excêntrica
Come merda.

Silenciarei minha língua
Sou um inocente acorrentado
Atormentado
Angustiado.

Os pais destroem os filhos
Os filhos odeiam os pais
Dentro da educação doentia
A doença educada que nos cala.

Inteligência é ameaça
Burrice é moléstia.
Tristeza está ativa
A felicidade não existe.

Meu único amigo foi meu avô
Hoje, está enfermo da cabeça
O tempo é doença.
O tempo levou a sua inteligência.

Pra que então ser inteligente?
Se depois perdemos tudo?
Nunca vou me conformar.

Era tão inteligente
Tão inteligente
Hoje é um corpo
Meu avô não existe mais.

Nunca vou entender
Não posso entender!
Tudo é devaneio.
Uma ilusão de vida irreal.

O que fica são as fotografias.
O ensinamento.
O papel.
Nada mais.

Flávio Cuervo
23/01/2011

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