17 de maio de 2011

Súbito

Pâmela deixou o carro com o manobrista e entrou na, Devil Dancing, a mais nova casa noturna da cidade. Deixou o casaco na entrada, já que o calor incomodava um pouco. Olhou ao seu redor e achou a decoração muito fascinante. Quem projetara aquilo, devia ser um excelente profissional.
Começou a andar pelos vários ambientes do lugar, cada um numa época da História. A primeira e principal pista de dança era toda em estilo grego com colunas e deuses pelas paredes. Outra representava o Antigo Egito; outra, o Império Romano...
Aonde ia, um olhar observava Pâmela por todos os lugares. O dono daquele olhar era Mefisto, o dono de tudo aquilo. Havia se mudado para aquela cidade há pouco tempo e procurava pessoas, ou melhor, mulheres interessantes.
Pâmela pediu um Martini, sentou-se num banco e acomodou-se no balcão. Fechou os olhos por algum tempo para ouvir a música que alucinava a todos. Nunca havia ouvido aquelas músicas antes, sempre gostou de música eletrônica, mas aquelas músicas eram estranhas, penetravam em sua mente e a convidava para dançar loucamente.
Abriu os olhos e deparou-se com um belíssimo rapaz de olhos misteriosos à sua frente. Muito elegante bebendo vinho tinto numa taça muito estranha e comprida.
- Está gostando do lugar? – perguntou.
- Sim. Claro! Estou adorando.
- Bem, espero que eu tenha feito um bom trabalho.
- Você trabalha aqui?
- Digamos que esse lugar é meu.
- Meu Deus! Ser dono de um lugar como este deve ser o máximo! Mas, por outro lado controlar tudo isso deve ser um desafio.
- Estou neste ramo há muito tempo, já me acostumei a este ritmo e a esta vida. Às vezes, torna-se estressante, mas trato de tirar alguns dias de folga.
Quanto mais Pâmela conversava com Mefisto, mais se sentia atraída e apaixonada.
- Sabia que seus olhos estão me pedindo para beijá-la? Sinto o cheiro que exala de seu corpo e um desejo de se entregar que toma conta de todo o seu ser neste momento. – disse Mefisto, subitamente, quase tocando a boca de Pâmela.
- Eu... Não sei o que dizer me sinto tonta e... – Pâmela, fechou os olhos novamente e recebeu um beijo que a dominou inteiramente, sentindo-se cada vez mais alucinada por aquela sedução em pessoa chamada Mefisto.
Beijaram-se intensamente por um longo tempo, entregando-se um ao outro.
Quando Pâmela abriu os olhos assustou-se e sentiu medo ao ver que não estava mais no bar onde conheceu Mefisto, mas sim, nua numa sauna magnífica.
Mefisto segurou-a por trás e começou a penetrá-la suavemente.
- Vamos por em prática tudo que é desejo, o êxtase do agora e a voracidade da carne. Você é mulher e criatura. Quero lamber teu sexo e te ver viajar em prazer. Quero penetrá-la de todas as formas e sentir seu coração pulsar. Vou lhe mostrar quem eu sou. O alguém dos seus sonhos. Subitamente beijar o seu pescoço e morder, morder, morder. Sentir seu sangue em minha garganta, chegando ao orgasmo que você sempre sonhou.
Mas a noite é curta e tenho que ir. Até um dia. Um dia que nunca irá chegar. Sinto muito em decepcioná-la, pois não falei dos detalhes, detalhes de vampiro.
Uma hora depois Mefisto estava novamente em sua casa noturna para a inauguração e para seduzir e liberar os desejos mais escondidos na mente da sua próxima vítima.
Quanto a Pâmela, no outro dia uma manchete de jornal tinha como destaque a mutilação de um corpo de mulher: jovem, de pele branca e cabelos negros e lisos. O corpo fora encontrado na garagem de um hotel de luxo no centro da cidade dentro de um caixão. Segundo os peritos o assassinato ocorreu por volta da 01h00min, mas o estranho é que haviam centenas de mordidas por todo o corpo, supostamente de um animal. Acredita-se também que as parte arrancadas da vítima: cabeça, braço esquerdo e coração foram decepados pelas patas deste perigoso e estranho animal.

Fim.


Flávio Cuervo


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.