À meia-noite vou acordar
E ao abrir os olhos vou notar
Que num caixão vou estar.
Ao levantar me lembrarei
Do dia que despertei
E sangue tomei.
Acho que era muito menino
Para encarar o destino
De ser um vampiro.
Gosto das pessoas seduzir
Depois que minh’alma vendi
E a vida eterna atendi.
Há coisas que são passageiras
Ou que levam a vida inteira
Pois o mundo é uma grande besteira.
Logo, eu sou imortal
Vivo numa vida banal
Que não é do diabo nem sacerdotal.
Espíritos indômitos
Sons afônicos
Gemidos arrepiantes
Numa noite como antes.
Flávio Cuervo
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