23 de junho de 2011

Dúvida do Poeta Morto

Às vezes detesto o que escrevo
Às vezes amo o escrito fito
Às vezes sou o que escrevo
Às vezes escrevo o que sou.

Talvez o poeta seja o filtro do mundo
Talvez o mundo seja uma poesia giratória
Talvez a poesia seja o diário do vate
Talvez o vate seja um astrônomo errante.

Quiçá uma bela canção
Quiçá um poema de amor
Quiçá uma trova de viola
Quiçá um soneto de revolução.

Na dúvida de ser poeta sem amor
Na dúvida de ser amor sem querer
Na dúvida de morrer em versos
Na dúvida de ser dor de rancor.

Dor é dúvida do corpo
Dor é pranto quente
Dor é suplício necessário
Dor é portal da extinção

Extinção é dúvida do poeta vivente.
Eloqüente
Demente.
Doente.
Ausente.
Morto.


Flávio Cuervo

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.