29 de agosto de 2011

O Louco e a Procissão


Lá vai a procissão
Levando consigo a fé dos desesperados
Conforme vai passando
Pessoas se arrependem de seus pecados.

Mas eu não vou com ela,
Estou confuso dos meus pecados,
Não sei onde estou,
Não sei quem eu sou.

Ela caminha a passos curtos
Nada a pode parar.
Leva consigo as donzelas
E os pescadores do mar.

Estou no muro,
No meio termo,
Na covardia,
Num mundo enfermo.

Hei gente da fé,
Esperem por mim!
Quero ver aonde vão,
Onde termina a procissão.

O cortejo termina no mar
E me vejo a chorar.
Sou agora alguém na multidão,
Um louco implorando por perdão.

Sou um louco no muro,
Um louco no meio termo,
Um louco na procissão,
Um louco num mundo enfermo.

Flávio Cuervo

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