7 de março de 2012

Gala



Gala ama.
Ama genitora de seus maridos.
Seus grandes filhos indefesos.
Seus deuses artistas inocentes.

Gala não fez questão de ser simpática.
Usou Chanel.
Foi discreta.
Fria.
Impávida.
De presença desconfortante.

Olhos de leoa.
Asas de pássaro errante.
Passado não existe.
Presente é o amor do agora.

Paul, Max, Salvador.
Poesia, Dadaísmo, Surrealismo.
Direita errônea.
Ar de frieza.
Ar da Rússia.
Das origens esquecidas.
Da pátria que nunca voltou a ver.
Da filha que renegou.
Das críticas incômodas e inúteis.

Terá chorado?
Terá sorrido?
Amou o mundo.
Amou o dinheiro e a eterna juventude.

Gala Helena.
Gala mulher.
Gala deusa.
Gala infinita.
Gala mãe dos homens.

Em seus seios, a volúpia.
Em seus olhos, o orgulho.
Em sua mente, o luxo.
Nas suas pernas, o desejo.
No seu rosto, o mistério.

Manipuladora?
Moderna?
Oportunista?
Altiva.
Resplandecente.
Companheira.
Rica.
Fina.
Esnobe.
Musa.
Amante.

Flávio Cuervo




Após término da leitura do Livro GALA (Musa inspiradora de Paul Eluard, Max Ernest e Salvador Dalí) de Dominique Bona.

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