5 de setembro de 2015

Balada do Vampiro



 Meia-noite vou acordar 
E ao abrir os olhos vou notar, 
Que num caixão vou estar. 


Ao levantar me lembrarei 
Do dia que despertei 
E sangue tomei. 


Acho que era muito menino 
Para encarar o destino 
De ser um vampiro. 


Gosto das pessoas seduzir 
Depois que minha alma perdi, 
E a vida eterna possuí. 


Há coisas que são passageiras 
Ou que levam a vida inteira, 
Pois o mundo é uma grande besteira. 


Logo, eu sou imortal. 
Vivo numa vida banal. 
Que não é do diabo nem sacerdotal. 


Espíritos indômitos. 
Sons afônicos. 
Gemidos arrepiantes 
Numa noite como antes. 





Flavio Cuervo

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