4 de maio de 2011

Eu, Vermelho.

Criei essa poesia há um certo tempo. Como amanhã é aniversário de Carl Marx, posso publicá-la numa ocasião especial.

Flávio Cuervo




Eu, Vermelho.

Sapatos velhos num canto.
Roupa suja no cesto fedorento.
Quarto em ordem de desordem.
Eu, ser humano solitário, depressivo e vil.

No murmúrio das paredes,
Meus amigos são as personagens
Das obras de papel.
E os heróis que ouço
Morreram de overdose.

Pois é, minha amiga.
A vida lhe ensinou a não remoer as lamentações.
A ser de direita.
De fechar os olhos e sorrir.
Sem pedir.
Só sorrir.

Filé de osso.
Chute no saco.
Vômito engolido.
Fel desagradável.

Che Guevara! Socorra-nos!
Joana D’Arc nos salve do fogo da perdição.
Olga Benário, lhe suplico a visão do caos.
Carl Marx, nos ensine a viver!

Meu sorriso é vermelho.
Minha pele é vermelha.
Minha bandeira é vermelha.
Minha alma também.

Flávio Cuervo

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