Livra-me a alma, oh Deus
Pois meu corpo já se encontra fadigado
Neste deserto tórrido aonde vim parar.
Lança-me a tua piedade
Pois me deitei sobre a areia que mais parece brasa
Já não tendo forças pra caminhar.
Incomoda-me as sombras dos abutres
Que como peste se propagam
Imaginando-me carniça, cadáver ou coisa semelhante.
Que pecado cometi?
Que inferno me encontro?
Que cobaia sou eu?
Que sonho é este?
Levanto-me e caminho
Lembro-me do frio noturno
E que a morte visite-me durante a noite.
Miragens a oeste
Imagens que me irritam
Transformando-me num otário esperançoso.
Se houvesse um oásis
Se houvesse tamareiras
Se houvesse uma fonte
Se houvesse...
Flávio Cuervo
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