A vida ofegante dos pesadelos urbanos.
Vai e vem de veículos e pessoas.
A morte na esquina.
O choro na maternidade.
A sensação de vida e morte presente.
O sorriso do senhor simpático.
O cumprimento ainda existente.
O “obrigado” ainda realidade.
Pingos do colírio nos olhos urbanos.
O sofrimento da rotina destrutiva e fiel.
A suave brisa da chuva que chega.
A tormenta que inunda a cidade.
Ouço um violinista na calçada presente.
Ao chão o chapéu pedindo moedas.
No firmamento os arranha-céus esfumaçados.
Nos ouvidos um pouco de musicalidade.
Sanando a loucura presente.
A música se propaga urbana.
A quimera voa pelos ares.
O andarilho músico se dissipa.
O murmúrio da fila do trem.
A gritaria da bolsa de valores.
Os berros dos vendedores ambulantes.
No desespero de assassinar o tempo.
O pêndulo que matou os dinossauros.
Que fará o sol apagar.
Executará os assassinos.
Concluirá a música do andarilho.
O som underground.
Os punks.
Os evangélicos.
Os puritanos.
As putas.
A sinfonia da vida presente.
Do violino do andarilho.
Os urbanos sons da cidade.
A sinfonia perfeita do caos.
O avião.
Os sapatos no chão.
As vozes robóticas dos telefones.
O carro.
O ônibus.
O caminhão da Coca-Cola.
Os alunos no educandário.
A rádio tocando Lobão.
O tiro no beco.
A batida na esquina.
A ópera no teatro.
A voz no aeroporto.
O gol no estádio.
O navio no porto.
O violino.
O andarilho.
Flávio Cuervo
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