I
A superação total do seu corpo
Da sua mente
Do seu espírito
Da sua luta
Num obstáculo de 1000 metros de altura!
“Eu não vou conseguir!”
Deus me socorra
Ajude-me a dar mais um passo.
Mais um fôlego.
Mais um amigo que carregue a minha pesada cruz.
O sol implacável parece sugar minha energia.
Ou o que restou dela.
Uma sombra, por favor.
Uma fonte.
Uma mina d’água.
E lá estava ela para me dizer que nem tudo estava perdido.
Os espinhos dolorosos.
A carne rasgada.
A seiva ardida.
O suor nos olhos.
Faltam oitocentos metros, diz o guia.
Quinhentos metros.
Quatrocentos.
Duzentos.
Cem.
Eu consegui!
Com a bondade dos irmãos que estavam comigo.
Com o suplício da oração.
Com a superação dos meus limites.
Agora tudo é reflexão.
Agradecimento.
Oh, grandíssimo Deus de todos nós.
Como é lindo o mundo que criaste!
Como é bela a criação.
Bela a liberdade.
O silêncio.
A súplica.
O respeito.
A sensação de sentir-se pássaro!
II
Com a noite
Os uivos.
Os passos.
A vontade de dormir e não conseguir.
Já que o instinto de sobrevivência escorre pelos poros da pele.
Madrugada sem fim.
Friagem quase insuportável.
Vento que tenta nos dissipar
Montanha sem dó.
Hipnose maluca
Sentidos extremos
Sensação de sentir-se verme
Obrigação de sobreviver.
Mas a manhã chega.
Com o frio estarrecedor.
Com as nuvens doidas
Que voam e circulam a genitora montanha que nos acolheu.
Só agora percebemos
Que já somos filhos dela.
Bebendo do leite da mãe terra.
E jubilando com o sol que nos aquece.
Somos terra, fogo, água e ar!
Somos a dádiva da vida.
Da superação.
E do caminhar.
SOMOS
E infelizmente temos que partir.
Lá em baixo a vida coletiva nos espera.
Família de carne e ossos.
Casa de concreto.
Televisão de elétrons.
Computador de gigabytes.
Quando cansarmos disto tudo
Voltaremos para nos redimir
E nos enchermos da seiva viva
Que só a montanha tem.
Obrigado, Serra da Figueira.
Uma grandiosa sensação foi criada em mim.
Flávio Cuervo
A superação total do seu corpo
Da sua mente
Do seu espírito
Da sua luta
Num obstáculo de 1000 metros de altura!
“Eu não vou conseguir!”
Deus me socorra
Ajude-me a dar mais um passo.
Mais um fôlego.
Mais um amigo que carregue a minha pesada cruz.
O sol implacável parece sugar minha energia.
Ou o que restou dela.
Uma sombra, por favor.
Uma fonte.
Uma mina d’água.
E lá estava ela para me dizer que nem tudo estava perdido.
Os espinhos dolorosos.
A carne rasgada.
A seiva ardida.
O suor nos olhos.
Faltam oitocentos metros, diz o guia.
Quinhentos metros.
Quatrocentos.
Duzentos.
Cem.
Eu consegui!
Com a bondade dos irmãos que estavam comigo.
Com o suplício da oração.
Com a superação dos meus limites.
Agora tudo é reflexão.
Agradecimento.
Oh, grandíssimo Deus de todos nós.
Como é lindo o mundo que criaste!
Como é bela a criação.
Bela a liberdade.
O silêncio.
A súplica.
O respeito.
A sensação de sentir-se pássaro!
II
Com a noite
Os uivos.
Os passos.
A vontade de dormir e não conseguir.
Já que o instinto de sobrevivência escorre pelos poros da pele.
Madrugada sem fim.
Friagem quase insuportável.
Vento que tenta nos dissipar
Montanha sem dó.
Hipnose maluca
Sentidos extremos
Sensação de sentir-se verme
Obrigação de sobreviver.
Mas a manhã chega.
Com o frio estarrecedor.
Com as nuvens doidas
Que voam e circulam a genitora montanha que nos acolheu.
Só agora percebemos
Que já somos filhos dela.
Bebendo do leite da mãe terra.
E jubilando com o sol que nos aquece.
Somos terra, fogo, água e ar!
Somos a dádiva da vida.
Da superação.
E do caminhar.
SOMOS
E infelizmente temos que partir.
Lá em baixo a vida coletiva nos espera.
Família de carne e ossos.
Casa de concreto.
Televisão de elétrons.
Computador de gigabytes.
Quando cansarmos disto tudo
Voltaremos para nos redimir
E nos enchermos da seiva viva
Que só a montanha tem.
Obrigado, Serra da Figueira.
Uma grandiosa sensação foi criada em mim.
Flávio Cuervo
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